PROJETO QUER DAR TRANSPARÊNCIA À GESTÃO FINANCEIRA DO FUTEBOL
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VÁRIOS ESTÁDIOS,COMO O PACAEMBU,SÃO CONCESSÕES DO PODER PÚBLICO QUE BENEFICIAM A CBF E ISSO JUSTIFICA FISCALIZAÇÃO MAIS RIGOROSA, SEGUNDO O RELATOR DO TEXTO (FOTO: FUTEBOLDECAMPO.NET) |
Em entrevista à Rádio Senado na sexta-feira,
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) negou que o projeto que permite a fiscalização da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) represente um tipo de intervenção
estatal. A proposta (PLS 221/2014) estabelece regras rígidas de fiscalização
das entidades que dirigem o futebol no país.
Randolfe
foi relator do projeto, de autoria do senador licenciado Alvaro Dias (PSDB-PR),
na Comissão de Educação (CE), onde foi aprovado na terça-feira. O texto ainda
passará pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e
Controle (CMA), em caráter terminativo, sob relatoria de Gim (PTB-DF). Se
aprovado, seguirá de imediato para avaliação da Câmara dos Deputados.
— Não vamos colocar um interventor estatal na CBF,
vamos dar instrumentos para que as contas da CBF sejam de fato transparentes —
explicou Randolfe.
De acordo com o texto, a CBF deverá encaminhar
anualmente as contas para apreciação do Tribunal de Contas da União (TCU),
informar trimestralmente ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) qualquer operação acima de R$ 5 mil e informar qualquer operação
financeira com o exterior à autoridade monetária.
Ainda de acordo com a proposta, a Receita Federal
deverá promover auditorias tributárias anuais na entidade e todos os contratos
firmados pela CBF deverão ser públicos e disponibilizados na internet, com
discriminação de valores, objetos e beneficiários.
Bloqueio
Em caso de descumprimento das regras, o projeto
prevê a suspensão de qualquer benefício que a CBF ou filiados recebam do
governo federal, dos estados ou do Distrito Federal, além de bloqueio das
transferências de recursos de loterias federais.
— A Lei Geral da Copa definiu que a CBF goza de
isenções fiscais do Estado brasileiro, portanto seus recursos devem ser
fiscalizados. Esta mesma entidade goza dos benefícios dos estádios de futebol
públicos, que são concessões do poder público — argumentou Randolfe.
Para o senador, o projeto é uma contribuição do
Congresso para melhorar a gestão esportiva e ajudar a tirar o futebol
brasileiro do que considera “a pior crise da história do esporte no país”.
Segundo ele, outra medida que pode ajudar a superar os atuais problemas do
esporte é uma lei de responsabilidade fiscal que responsabilize dirigentes e
puna clubes inadimplentes.
A Câmara dos Deputados analisa atualmente uma
proposta sobre o tema, o PL 5.201/2013, que cria regras para o refinanciamento
das dívidas dos clubes de futebol. No entanto, o projeto, do deputado André
Figueiredo (PDT-CE), recebeu críticas do movimento Bom Senso FC, que considera
não haver a exigência das contrapartidas necessárias por parte dos clubes.
O PLS 221/2014 só deverá ser votado depois das
eleições de outubro, segundo o presidente da Câmara, Henrique Alves.
FONTE: JORNAL DO SENADO (11.08.2014)
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