EU E O CARNAVAL DA MINHA TERRA (PARTE 2)
Por Nilson
Magno Baptista
Continuando o relato sobre
meu relacionamento com o carnaval são-joanense, hoje descreverei como eram os
bailes carnavalescos de nossos clubes: Trombeteiros, Democráticos e Operário.
O clube com o qual eu tinha uma ligação mais
forte era o Novo Clube Trombeteiros de Momo, talvez por influência de meu avô,
Alcibíades de Araújo Porto, que fez parte de sua diretoria por vários anos. No “Trombeteiros”
curti muitos e muitos eventos, mas o que eu gostava mesmo era dos bailes carnavalescos.
Que maravilha poder participar da entusiasmada família Trombeteira! Quanto ao “Democráticos", muitos dos meus amigos e colegas
de infância eram filhos de adeptos do “Carijó”, como era conhecido o
clube, por causa da imagem de um GALO bordada em seu estandarte, ostentando
como cores oficiais o preto e o branco. Por isso eu também frequentava seus
bailes, tão grandiosos e animados quanto os que eram promovidos pelo meu clube do coração, o
“Trombeteiros” que ostentava como cores oficiais o vermelho e o verde,tendo como
símbolo a imagem de uma ÁGUIA. Um fato muito interessante é que os adeptos do “Trombeteiros”
e “Democráticos”, na época do carnaval, além de outras ocasiões, frequentavam
os dois clubes.
O outro clube com o qual eu
sempre simpatizei, mas não frequentei assiduamente como os demais, era o
Operário, onde também tive muitos amigos e me sentia muito bem com isso,
embora lá eu tenha frequentado um número menor de vezes. No Trombeteiros e
Democráticos passei praticamente todos os carnavais, pelo menos enquanto eram
realizados os bailes que, com o passar do tempo, deixaram de
acontecer, dando lugar ao carnaval de rua.
Uma lembrança muito
agradável que também tenho é da movimentação de foliões que acontecia quando
eles cruzavam a Praça Coronel José Braz, de um lado para o outro, compondo
pequenos grupos que visitavam os clubes rivais – no bom sentido – levando
consigo os respectivos estandartes. As orquestras, hoje denominadas "bandas" eram compostas de grandes músicos da cidade e executavam músicas carnavalescas compostas por grandes nomes da música brasileira. O som não era pesado, como o das aparelhagens de hoje, e por isso não chegava a causar incômodo aos moradores do entorno, assim como aos pacientes internados no Hospital São João. Pelo contrário, as músicas tocadas nos clubes situados na Praça do Coronel eram bem-humoradas e agradáveis de se ouvir. Deixaram saudade!
O lado ruim é que, lamentavelmente, houve um tempo em que
desfiles eram realizados pelas ruas da cidade durante os quais os clubes (Trombeteiros e Democráticos) exibiam cartazes e alegorias criticando uns aos outros, como provocação, mas esse é um capítulo à
parte da história, porque essas críticas muitas vezes chegaram a passar dos
limites, gerando brigas e desentendimentos que, felizmente ficaram “enterradas”
no passado.
Continua...
Grande Nilson ! Era assim mesmo. Pura verdade.
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