EU E O CARNAVAL DA MINHA TERRA (PARTE 2)

 NOVO CLUBE TROMBETEIROS DE MOMO, EM FOTO EXTRAÍDA DA EDIÇÃO Nº 5.026, COMEMORATIVA DO CENTENÁRIO DA IMPRENSA SÃO-JOANENSE, DO JORNAL "VOZ DE S.JOÃO", 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2007. VEJAM A ÁGUIA DE ASAS ABERTAS LÁ EM CIMA DA FACHADA  DO MEU CLUBE DO CORAÇÃO. CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIÁ-LA.

                                   Por Nilson Magno Baptista

Continuando o relato sobre meu relacionamento com o carnaval são-joanense, hoje descreverei como eram os bailes carnavalescos de nossos clubes: Trombeteiros, Democráticos e Operário.

 O clube com o qual eu tinha uma ligação mais forte era o Novo Clube Trombeteiros de Momo, talvez por influência de meu avô, Alcibíades de Araújo Porto, que fez parte de sua diretoria por vários anos. No “Trombeteiros” curti muitos e muitos eventos, mas o que eu gostava mesmo era dos bailes carnavalescos. Que maravilha poder participar da entusiasmada família Trombeteira! Quanto ao “Democráticos", muitos dos meus amigos e colegas  de infância eram filhos de adeptos do “Carijó”, como era conhecido o clube, por causa da imagem de um GALO bordada em seu estandarte, ostentando como cores oficiais o preto e o branco. Por isso eu também frequentava seus bailes, tão grandiosos e animados quanto os que eram promovidos pelo meu clube do coração, o “Trombeteiros” que ostentava como cores oficiais o vermelho e o verde,tendo como símbolo a imagem de uma ÁGUIA. Um fato muito interessante é que os adeptos do “Trombeteiros” e “Democráticos”, na época do carnaval, além de outras ocasiões, frequentavam os dois clubes.

O outro clube com o qual eu sempre simpatizei, mas não frequentei assiduamente como os demais, era o Operário, onde também tive muitos amigos e me sentia muito bem com isso, embora lá eu tenha frequentado um número menor de vezes. No Trombeteiros e Democráticos passei praticamente todos os carnavais, pelo menos enquanto eram realizados os bailes que, com o passar do tempo, deixaram de acontecer, dando lugar ao carnaval de rua.

Uma lembrança muito agradável que também tenho é da movimentação de foliões que acontecia quando eles cruzavam a Praça Coronel José Braz, de um lado para o outro, compondo pequenos grupos que visitavam os clubes rivais – no bom sentido – levando consigo os respectivos estandartes. As orquestras, hoje denominadas "bandas" eram compostas de grandes músicos da cidade e executavam músicas carnavalescas compostas por grandes nomes da música brasileira. O som não era pesado, como o das aparelhagens de hoje, e por isso não chegava a causar incômodo aos moradores do entorno, assim como aos pacientes internados no Hospital São João. Pelo contrário, as músicas tocadas nos clubes situados na Praça do Coronel eram bem-humoradas e agradáveis de se ouvir. Deixaram saudade!

O lado ruim é que, lamentavelmente, houve um tempo em que desfiles eram realizados pelas ruas da cidade durante os quais os clubes (Trombeteiros e Democráticos) exibiam cartazes e alegorias criticando uns aos outros, como provocação, mas esse é um capítulo à parte da história, porque essas críticas muitas vezes chegaram a passar dos limites, gerando brigas e desentendimentos que, felizmente ficaram “enterradas” no passado.


Continua...

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