Os dois lados

Jaz,lá embaixo,a cidade,
semi-morta,quase inerte,
ainda um pouco insone,
de luzes acesas...
Iluminando ruas vazias
mas...Em cada alcova,sussurros
abafados ainda as paredes
ouvem.

E nos barracos das favelas,choram crianças famintas,
aflitas para a fome saciar,
e o sono conciliar.

Ah!...Mundo estranho!...
Como ousas juntar,
fartura e fome,
tristeza e alegria?


Enquanto nos salões feericamente
iluminados,
repletos de seres animados,
se conhece o prazer,a gargalhada;
num canto escuro da pobreza
chora-se,às vezes,a criança amortalhada.
(Este texto poético eu escrevi há aproximadamente 30 anos)

Comentários

  1. Grande Nilson
    Já conversamos tanto, e eu não conhecia esse seu lado "poético". Foi bebendo nesta sua água que os Paralamas de Sucesso fizeram aquela música "A novidade" (que deve ser uma homenagem ao nosso antigo jornal), que diz assim: "Ó mundo tão desigual, de um lado esse carnaval, de outro a fome total..."

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  2. Amigo Jorge,o poema em questão eu comecei imaginando,sentado,de madrugada,na escadaria da igreja Matriz,olhando a cidade,lá embaixo.Depois,passei para o papel,mas só agora,depois de muitos anos,resolvi divulgar no blog.Quando escrevi esses versos não poderia imaginar que um dia existiria a internet.Interessantíssimo não?!...

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  3. Parabéns meu amigo!
    Parabéns pelo blog, que estou conhecendo hoje.
    Mas continue nos brindando com suas poesias, e destaque-as pois o exemplo nos deixou imensa satisfação.
    Com sua licença levarei esta poesia para o meu blog.
    Parabéns mais uma vez.
    Abraços.

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