INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS ENSINA PRODUTOR RURAL A RETER ÁGUA
O Centro de Estudos
e Desenvolvimento Florestal (Cedef), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), em Viçosa, na Zona da Mata, lançou
cartilha com dicas para um melhor aproveitamento dos recursos hídricos pela
agricultura. O material é uma compilação de dicas e orientações ao produtor
rural sobre a importância de armazenar e reter água em suas propriedades. Além
disso, o IEF oferece assistência aos interessados em implantar essas técnicas.
Esta conscientização ganha cada vez mais importância em cenário de escassez dos
recursos.
De acordo com o
analista ambiental e coordenador do Centro de Estudos e Desenvolvimento
Florestal (Cedef), Gilberto Fialho, a cartilha é composta por técnicas que
foram desenvolvidas e testadas pela Universidade Federal de Viçosa, mas que
servem para todo o estado. “As dicas se dividem em dois grupos: as vegetativas,
que utilizam a vegetação para proteger o solo contra a erosão, e as mecânicas,
que envolvem a criação de estruturas que reduzem a velocidade de escoamento da
enxurrada e facilitam a infiltração de água no solo”, explica.
Confira algumas
dicas simples que podem ajudar no uso consciente da água
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Técnicas mecânicas
O IEF indica também
técnicas mecânicas, que auxiliam na infiltração de água no solo. “Com o auxílio
de um arado ou cavadeira, o produtor pode fazer sulcos na terra, com
aproximadamente 30 cm de largura e 20 cm de profundidade”, ensina o analista
ambiental e do IEF, Gilberto Fialho. Ele enfatiza que essa medida, recomendada
para pastagens em encostas, é uma das mais eficientes, além de não ter custo
algum para o proprietário.
Quando o terreno é
muito íngreme, é comum que a água se acumule em uma linha, conhecida como
grota. O Instituto recomenda que o produtor faça dessa grota uma pequena lagoa,
que vai acumular mais água e pode, inclusive, virar bebedouro para os animais.
Já para a
preservação das nascentes e dos cursos d’agua, é necessário eliminar o acesso
do gado a estes locais. “Os animais pisoteiam as plantas e contaminam as
nascentes, então é preciso cercar para que eles não tenham acesso. Com um cano,
o proprietário tira a água para o gado beber, fora dali”, ressalta Fialho.
Resultado na
prática
Ao descobrir uma
nascente em seu terreno, a empresária Andrea Pitondo Dias implantou algumas
técnicas na sua propriedade, em Mar de Espanha, na Zona da Mata. “Quando
fomos medir a área, detectamos uma nascente aqui. Então, a primeira medida tomada
foi cercar a área para o gado ficar afastado, tudo com orientação do IEF”,
conta Andrea.
A nascente foi
batizada de Nascente do João, em homenagem ao filho de Andrea, e recebe
cuidados periódicos: a área é acompanhada por um funcionário e não recebe capina.
Outra técnica implantada foi o reflorestamento no entorno da nascente. Em 2013,
Andrea plantou mais de 300 mudas, entre espécies nativas – como o Pau-Brasil –,
árvores frutíferas e outras. A cada ano, ela repõe algumas delas.
A área acabou
virando ponto de visita para professores da região, que aproveitam para ensinar
aos alunos sobre a importância da preservação ambiental. Este ano, cerca de 150
adolescentes já visitaram a Nascente do João, que, depois das medidas adotadas,
teve o fluxo de água aumentado. “Tenho uma preocupação muito grande de a água
acabar no planeta. O que fiz aqui é pouco, mas imagina se todos tivessem o
mesmo cuidado?”, reflete Andrea.
Dicas do IEF para o
produtor rural produzir mais água em sua propriedade
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FONTE:
AGÊNCIA MINAS
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