HISTÓRIA DO CARNAVAL SÃO-JOANENSE

 CARRO ALEGÓRICO " GRUTA DAS NYNPHAS"


As primeiras referências ao carnaval de São João Nepomuceno na imprensa local aparecem no Jornal “VOZ DO POVO”, de 24 de novembro de 1907 numa notícia que relatava sobre a eleição da primeira diretoria do “Clube Filhos do Inferno”. Em 1913 foram criados simultaneamente os clubes carnavalescos Democráticos e Trombeteiros, que nasceram de uma dissidência entre os adeptos do clube “Filhos do Inferno”. Dez anos depois (1923) foi fundado o Novo Clube Trombeteiros de Momo, como se denomina até os dias atuais. 

NOVO CLUBE TROMBETEIROS DE MOMO 

 
PRAÇA CEL.JOSÉ BRAZ, TENDO AO FUNDO O CLUBE DEMOCRÁTICOS

Depois é que vieram os Fenianos, Operário e demais agremiações, como escolas de samba e blocos. As escolas de samba (surgidas entre o final da década de 1940 e início da década de 1950), segundo revelam pesquisas em jornais da época , tiveram seu primeiro julgamento e premiações de melhor em desfile por uma Comissão Julgadora nomeada pelo Prefeito em 1962 (baseado no trabalho de Márcio Caniello intitulado “Patronagem e rivalidade”).

Quanto ao local onde os desfiles aconteciam, primeiramente foi na Rua Coronel José Dutra, principal artéria da cidade. Isso até o ano de 1980, em que se comemorou o Centenário da emancipação do Município. Ainda na Coronel José Dutra (também conhecida como “Rua do Sarmento”) eram realizadas as espetaculares Batalhas de Confete, que infelizmente ficaram apenas na lembrança de foliões mais antigos, de uma época que não volta mais. Depois os desfiles foram transferidos para outro local, que não foi aprovado pela população. Já há vários anos foi encontrado o local adequado, e os desfiles acontecem na Avenida Tancredo Neves, próximo ao Terminal Rodoviário, numa área muito mais ampla e com aprovação popular.

As escolas de Samba hoje existentes são: Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Caxangá, Escola de Samba Avenida Carlos Alves (popularmente conhecida como ESACA) e Escola de Samba Esplendor do Morro. Também participa dos desfiles a Escola de Samba Mirim, mas não concorre.

 Existem vários blocos e entre os mais populares estão, o Bloco da Girafa (caricato e mais antigo da cidade) e o Bloco do Barril, com o maior número de integrantes, que desfila tradicionalmente na segunda-feira de carnaval. “No início, era apenas uma brincadeira de amigos, coisa de 30 pessoas, e chega aos anos 80 com mais de 1000 foliões”, escreve Márcio Sabones em seu blogue. Hoje o animadíssimo bloco recebe cerca de 15.000 simpatizantes vindos de outras cidades e regiões. Contamos ainda com os blocos, Unidos do Bela Vista (que se apresenta em formato de escola de samba, com Mestre Sala, Porta Bandeira e carros alegóricos), Zé Pereira, Terceiro Andar, Ranca-Tampa, Quatro Gerações, Bloco do Boi da Vargem Grande, Bloco Nação Rubro-negra, entre outros. Mas ficaram na memória do povo os blocos do São José, Unidos Na Garoa (cujos componentes eram são-joanenses residentes em São Paulo),  Bloco Belô Popó (são-joanenses residentes em Belo Horizonte) , Bloco Unidos do Centenário, Bloco São Cristóvão, entre outros.


Era inicialmente por meio da estrada de ferro que aqui chegava grande número de turistas, principalmente do Rio de Janeiro, em busca do já então animado carnaval, além de atraídos pela fama de beleza e simpatia de nossas jovens. Os trens chegavam lotados e os passageiros eram recebidos festivamente pela população, feminina principalmente, ávida por conhecer os jovens, a maioria, cariocas, muitos deles marinheiros, fuzileiros navais, enfim, pessoas de todos os tipos, que ficavam encantados com a alegria e a hospitalidade do povo são-joanense. Esses visitantes inevitavelmente voltavam, ano após ano, trazendo novos visitantes que também se tornavam adeptos de nossa festa maior. E foi assim que nosso carnaval ficou famoso, graças ao transporte ferroviário, que encurtava a distância entre nossa cidade e muitas outras desta e de outras regiões e até estados.
Pode-se, assim, notar que o carnaval são-joanense é um velho conhecido dos que sempre se deleitaram com a folia, ou melhor, como se dizia antigamente, os “folguedos de Momo”.

No carnaval de 2014, a novidade (triste, por sinal) é que a Escola de Samba Esplendor do Morro não desfilará, assim como o Bloco do Terceiro Andar e o Nação Rubronegra,mas dois novos blocos surgiram : o Sassaricando (que concentra na Praça da Bandeira (Matriz), mas não sai) e o Bloco Pra Lá de Bagdá, que desfilará substituindo o Bloco do Terceiro Andar.


Um pouco da história do carnaval no Brasil


O primeiro carnaval no Brasil, segundo historiadores, aconteceu em Salvador, promovido por Correia de Sá e Benevides, governador da Bahia, em 1641. Mas foi no fim do século XIX que a festa começou a ser popularizada. Os foliões se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas. Certamente esta é a origem dos carros alegóricos hoje apresentados pelas escolas de samba.

O crescimento e a popularidade do carnaval ocorreram em nosso país graças, principalmente, à criação das marchinhas carnavalescas, sendo a primeira delas intitulada “Ó abre alas”, composta por Chiquinha Gonzaga, primeira maestrina brasileira, no ano de 1899.

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