O que penso sobre a renovação do contrato com a COPASA
Fiz parte do quadro de
funcionários da COPASA de São João Nepomuceno no período de 27/02/84 a
05/03/86. Naquela época a empresa já estava instalada no município há quase 10
anos. Trabalhei no atendimento ao público e lembro muito bem da rotina de
trabalho: as pessoas se dirigiam ao escritório para requerer ligações de água
em seus lotes, localizados nos novos bairros que iam surgindo na cidade e
também para registrarem reclamações sobre os serviços quando não estavam a
contento (o que é absolutamente normal). Mas nem sempre tinha sido assim. No início
dos trabalhos da empresa no município (em 1975) o clima de revolta na população
foi grande. A maioria das pessoas não aceitava ter de pagar as tarifas cobradas
pelos serviços, pois estava habituada com as pequenas taxas praticadas pelo
antigo Departamento de Água e Esgotos municipal, ofertando água sem tratamento
e que em certas épocas vinha a faltar nas partes altas da cidade e, muitas
vezes, até mesmo na área central. Porém, apesar disso, os habitantes ansiavam
por uma solução definitiva para o problema, uma atitude por parte do Poder
Executivo, que, por fim, reconheceu a necessidade de contratar uma empresa especializada,
que se responsabilizasse pelo tratamento e distribuição de água em São João
Nepomuceno.
Com o passar dos anos e o
crescimento da cidade, a criação de novos bairros, a empresa foi
conquistando o respeito e a simpatia da população, graças à qualidade do
serviço prestado durante os 30 anos do 1º contrato (Lei nº 616,de 22 de setembro de 1975) - completados em 2005 - mais
o espaço de tempo completado até os dias de hoje, quando a administração atual
houve por bem, com autorização da Câmara Municipal e em conformidade com as
legislações Federal e Estadual, renovar o contrato com a COPASA, dessa vez
incluindo entre os serviços, a coleta, o tratamento e a destinação final dos
esgotos na sede do municípios, assim como o tratamento e distribuição de água
nos distritos.
É necessário esclarecer que
a COPASA ficou sem contrato por alguns anos, pois durante uma das
administrações passadas a renovação do mesmo foi rejeitada pela Câmara
Municipal e em outra o impasse ficou mantido. Até que o prefeito Ernandes José
da Silva, que assumiu em 2017, resolveu encaminhar todos os documentos à Câmara
Municipal, sendo que a mesma aprovou a proposta, após acirrados debates e uma
audiência pública, na qual vários seguimentos da comunidade foram ouvidos. Além
disso, foi realizado um abaixo assinado com mais de seis mil assinaturas –
entre elas a nossa – defendendo a renovação do contrato com a COPASA.
No entanto, como aconteceu
em 1975, quando a empresa aqui se instalou, grande número de pessoas se
insurgiu contra a cobrança de um percentual de pouco mais de 37% incidentes
sobre o valor da conta de água, como contrapartida pela coleta do esgoto e a
manutenção da rede, até à implantação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e
início de sua operação.
Protesta contra o
pagamento de uma nova tarifa, infelizmente num período de transição política e
econômica, um número considerável de cidadãos tendo inclusive utilizado as redes
sociais , as emissoras de rádio e os sites de notícias, para reclamar do grande número de buracos pela
cidade, além dos vazamentos na antiga rede de esgotos, que agora passa por
reformas e adequações. Porém isso é perfeitamente compreensível, já que as redes são
subterrâneas e é preciso escavar o solo para acessá-las, causando transtornos à
população.
Acreditamos porém, que essa fase será superada, como já aconteceu no
passado. Além disso, embora talvez não seja do conhecimento de muitos, foi
criado o Conselho Municipal de Saneamento Básico (Lei nº 3175 de 28/02/2018),
que conta com a participação de representantes do poder público, da comunidade e,
inclusive, da própria COPASA, com a finalidade de fiscalizar os trabalhos. A
Câmara Municipal, também como representante da população, estará atenta (por
meio de seus 9 representantes), assim como os órgãos de imprensa. Existe ainda,
como agência fiscalizadora oficial a ARSAE (Agência Reguladora dos Serviços de
Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais).
Quanto à atitude do prefeito
Ernandes José da Silva em renovar o contrato com a COPASA, entendo que a mesma
foi correta, pois o tratamento dos esgotos e sua adequada destinação final
também é uma questão de saúde pública e de respeito às normas ambientais, não
podendo ser adiada indefinidamente, como vinha acontecendo.
Por Nilson Magno Baptista
Por Nilson Magno Baptista
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